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CEO da Acast clama por união para levar podcasting a um mercado de US$ 10 bilhões

by admin

Greg Glenday, que assumiu o cargo de CEO da gigante de podcasting Acast há poucos meses, tem uma mensagem clara para a indústria de áudio: para saltar de um mercado de US$ 2 bilhões para um de US$ 7 ou US$ 10 bilhões, as empresas concorrentes precisam parar de “falar sozinhas” e começar a trabalhar em conjunto. Ele argumenta que a fragmentação e a falta de padronização estão impedindo que as maiores marcas do mundo invistam de forma decisiva no setor.

“Não estamos tornando as coisas muito fáceis para as grandes marcas entrarem de vez na nossa indústria”, disse Glenday em entrevista recente. “Eles chegarão aqui, mas cabe a nós tornar o ambiente realmente hospitaleiro”.

Glenday, que está na Acast há dois anos e meio, identifica o problema central como uma falta de coesão. “Todas as empresas, todos os nossos concorrentes, embora bastante amigáveis, têm processos diferentes, usamos linguagens diferentes. Chamamos produtos diferentes por nomes diferentes”. Esse atrito, segundo ele, cria barreiras para anunciantes de primeira linha que estão “curiosos” e “adorariam estar aqui”. Isso envolve convencer executivos de alto nível com pesquisa, insights, construção de confiança e a realização de testes para provar o valor do podcasting.

O Poder nas mãos do criador de conteúdo

Essa filosofia se reflete na estratégia interna da Acast, que ele descreve como transformar objeções em uma lista de tarefas. Quando anunciantes abandonavam campanhas em sua plataforma de autoatendimento, a Acast investigou o motivo e identificou três problemas principais: falta de criativos de qualidade, incerteza sobre quais programas comprar e confusão com termos da indústria. A empresa respondeu com soluções diretas: produção criativa automatizada com ferramentas de IA, recomendações inteligentes de programas e a Acast Academy, um curso gratuito e imparcial para educar agências, marcas e criadores sobre os fundamentos do podcasting.

Tudo isso está enraizado na abordagem “creator-first” (criador em primeiro lugar) da Acast. Glenday enfatiza que no podcasting, “o poder está nas mãos do criador”. “Não há executivos de rede aprovando coisas e interferindo na sua estratégia. É você, como criador, e sua audiência”.

Essa crença se estende à visão da empresa sobre o vídeo. Embora a Acast possua estúdios com capacidade de vídeo em cidades como Londres e Nova Iorque, Glenday acredita que a “histeria” em torno do tema é um pouco exagerada. “Nossa crença é que cada criador é diferente”, afirmou. Para a Acast, o vídeo é uma ferramenta que pode aprimorar um podcast, mas não um pré-requisito.

“Não cabe a nós interferir se eles querem alcançar [sua audiência] através de vídeo. A Acast está comprometida em focar no criador e em como ele alcança essa audiência”.

Um futuro aberto e global

Com dez anos de existência, a Acast já alcançou rentabilidade em EBITDA ajustado, pagou mais de meio bilhão de dólares aos seus criadores e está explorando uma possível listagem na NASDAQ. A empresa, fundada em Estocolmo, viu o Reino Unido se tornar seu mercado central na Europa e, mais recentemente, os EUA se tornaram seu maior mercado globalmente. A expansão continua, com um escritório na Cidade do México servindo como base para a América Latina e um interesse crescente em mercados asiáticos como Japão e Índia.

Glenday também defende firmemente um ecossistema de podcasting aberto e sustentado por publicidade, em oposição a um modelo dominado por assinaturas. Ele compara a corrida por assinaturas com a “batalha por olhos” na TV por streaming, que se tornou “abusiva para o consumidor”. No podcasting, ele acredita que um modelo aberto incentiva a descoberta e garante que os criadores precisem “conquistar esses tímpanos” produzindo conteúdo de alta qualidade de forma consistente.

Olhando para o futuro, Glenday acredita que 2026 será um “divisor de águas” para o podcasting. Ele aponta momentos culturais, como a eleição presidencial dos EUA sendo chamada de “a eleição do podcast” ou Taylor Swift anunciando seu noivado em um podcast, como sinais de que o meio está se tornando central na narrativa cultural.

No entanto, para capitalizar este momento e alcançar seu verdadeiro potencial, sua mensagem para a indústria é inequívoca: o crescimento exponencial só virá através do esforço conjunto. “Temos que fazer isso juntos”.

Fonte:
podcastbusinessjournal

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